sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Viva La Vida

Todo mundo fazendo listas de fim de ano repletas de promessas e resoluções...

Acho bacana, mas prefiro pensar no passado e ver se aprendi algo novo no presente.

Quando eu era pequena, via minha avó fazer um altar dos parentes mortos, nele havia pães, cereais e pequenas frutas, além de água, moedas e velas. Aquilo deixava um astral muito para baixo na casa, um dia resolvi perguntar para que servia o tal do altar.

Minha avó explicou de forma sucinta que o altar não era exatamente para os mortos, porque eles não comiam, bebiam ou faziam mais negócios  uns com os outros, ele era mais uma lembrança de tudo isso para nós que ainda vivíamos e insistiamos naquilo tudo.

Eu resolvi perguntar das velas, o que elas tinham haver com a gente, ou os mortos usavam velas no mundo deles?

Ela explicou bem tranquila que as velas eram para me lembrar que enquanto eu ficava ali parada a chama da minha vida ia se consumindo, que era para eu circular e ir viver a vida.

Taí uma coisa que nunca tinha me tocado!  Enquanto estou parada, a vida vai se consumindo sozinha, o jeito é ir circulando por aí e vive-la antes que ela se apague!

Bom 2012 a todas pessoas queridas, amo tod@s vocês!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Takaisin kotiin?


Lembro de uma vez ter lido sobre o primeiro programa para ler "ficheiros" da internet em html, da Apple, Steve Jobs introduziu o botão "Home" no programa, para que a pessoa pudesse voltar a leitura do ponto de partida caso se "perdesse no meio do caminho".

Diz a lenda (agora que o cara morreu e foi elevado à status de santo/diabo e gênio, tudo é lenda), que sua mãe adotiva sempre dizia para Steve que não importava se tudo desse errado na vida dele, ele poderia sempre voltar para casa, "home", e dái veio a idéia de Steve, não importa o quanto você esteja perdido, você sempre pode voltar para a casa, para um início. Haverá sempre um canto para te acolher.

Enfim, agora deixa eu falar de mim mesma, afinal sou dona dessa Maloca. rs

Como sabem, ou não... estou passando por um momento difícil na minha vida, nessa jornada contra minha doença, tem acontecido muitas coisas, pessoas maravilhosas tem mostrado seus sentimentos para comigo, me mandando energias positivas para eu me recuperar! Posso dizer que está funcionando, estou dando risadas viris na cara do Cancêr, detonado ele com farinha. (opa, esse papo de "virilidade" é coisa de outro blog...).

Minha família está aqui, minha irmã, mãe e sobrinho, pai, não está conosco, está viajando, mas nos comunicamos pelas net da vida...É curioso, minha irmã e eu nunca fomos muito "amigas", não que a gente não se goste. Mas para entenderem o que quero dizer tenho que falar da minha mana.

Ela é muito lacônica, para desenvolver uma oração de mais de cinco palavras é um parto e nisso estou contando tudo, de preposição à sujeito, (ok, o suomi ajuda, já que a maioria da flexões vai direto ao corpo das palavras)

O que eu quero dizer é que ela não sorri, não demonstra afeto, não diz "eu te amo", ela é uma pessoa fechadíssima, ela não beija nem o marido na boca na frente de outra pessoa! Mesmo eu e mamãe. Até para abraçar seu filho ela olha para os lados para ter certeza que não tem muita gente [estranha] vendo.

E agora ela veio ao Brasil me ver, (achei estranhíssimo) ela só veio aqui umas duas ou três vezes no máximo e sempre de cara emburrada, (insatisfação ela mostra sem demora), mas dessa vez foi diferente, disse que ia trazer um montão de presentes, tudo coisa de nossa terra, não posso tomar nossas tradicionais cervejas (dão dor de barriga em qualquer cabloco!) e vodkas... por proibição médica, mas pretendo tomar todas e ficar de porre quando receber a tão esperada notícia da cura.

Outra coisa sobre minha mana que é que ela vive dizendo as coisas pela tangente, obliqua como só ela pode ser, não veio a mim dizer o que realmente queria, está esperando que eu "saque" e vá falar com ela já com uma resposta pronta. Conheço a peça, ela nunca pede, mas se você concordar ela aceita.

Eu já peguei o que ela quer, os presentes são para eu sentir saudades de casa, o cartão que ela teve o trabalho de viajar para vários cantos da Finlândia para colher assinaturas de pessoas com as quais convivi por lá, até mesmo a bandeira, tudo é uma tentativa velada de dizer, "se as coisas por aqui não estiver ok, você pode voltar para casa comigo".

Ela sabe que o casamento de nossa mãe não está bem, não sabemos qual razão mas mamãe resolveu se afastar de nosso pai e ele parece não se importar muito... como uma raposa esperta minha irmã veio para cá, pois farejou que este é o momento exato de dar o "bote".

Não sei à respeito de minha mãe, eu não quero ir embora, não por enquanto, não sei se as coisas estão boas por lá, como vou arrumar emprego (por que não quero sair daqui trabalhando na área que gosto e correr o risco de não conseguir o mesmo lá), e outras questões mais da vida adulta, além de que meus amores e amizades a grande maioria está por essas terras.

Sei que minha família só está querendo me proteger, mas não sei ainda se é hora de voltar para casa e começar tudo denovo...do zero Takaisin kotiin? En tiedä ...Mas sei que posso contar sempre com essa possibilidade, por que o amor está lá esperando por mim não importa o que acontecer, jamais!