sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Viva La Vida

Todo mundo fazendo listas de fim de ano repletas de promessas e resoluções...

Acho bacana, mas prefiro pensar no passado e ver se aprendi algo novo no presente.

Quando eu era pequena, via minha avó fazer um altar dos parentes mortos, nele havia pães, cereais e pequenas frutas, além de água, moedas e velas. Aquilo deixava um astral muito para baixo na casa, um dia resolvi perguntar para que servia o tal do altar.

Minha avó explicou de forma sucinta que o altar não era exatamente para os mortos, porque eles não comiam, bebiam ou faziam mais negócios  uns com os outros, ele era mais uma lembrança de tudo isso para nós que ainda vivíamos e insistiamos naquilo tudo.

Eu resolvi perguntar das velas, o que elas tinham haver com a gente, ou os mortos usavam velas no mundo deles?

Ela explicou bem tranquila que as velas eram para me lembrar que enquanto eu ficava ali parada a chama da minha vida ia se consumindo, que era para eu circular e ir viver a vida.

Taí uma coisa que nunca tinha me tocado!  Enquanto estou parada, a vida vai se consumindo sozinha, o jeito é ir circulando por aí e vive-la antes que ela se apague!

Bom 2012 a todas pessoas queridas, amo tod@s vocês!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Takaisin kotiin?


Lembro de uma vez ter lido sobre o primeiro programa para ler "ficheiros" da internet em html, da Apple, Steve Jobs introduziu o botão "Home" no programa, para que a pessoa pudesse voltar a leitura do ponto de partida caso se "perdesse no meio do caminho".

Diz a lenda (agora que o cara morreu e foi elevado à status de santo/diabo e gênio, tudo é lenda), que sua mãe adotiva sempre dizia para Steve que não importava se tudo desse errado na vida dele, ele poderia sempre voltar para casa, "home", e dái veio a idéia de Steve, não importa o quanto você esteja perdido, você sempre pode voltar para a casa, para um início. Haverá sempre um canto para te acolher.

Enfim, agora deixa eu falar de mim mesma, afinal sou dona dessa Maloca. rs

Como sabem, ou não... estou passando por um momento difícil na minha vida, nessa jornada contra minha doença, tem acontecido muitas coisas, pessoas maravilhosas tem mostrado seus sentimentos para comigo, me mandando energias positivas para eu me recuperar! Posso dizer que está funcionando, estou dando risadas viris na cara do Cancêr, detonado ele com farinha. (opa, esse papo de "virilidade" é coisa de outro blog...).

Minha família está aqui, minha irmã, mãe e sobrinho, pai, não está conosco, está viajando, mas nos comunicamos pelas net da vida...É curioso, minha irmã e eu nunca fomos muito "amigas", não que a gente não se goste. Mas para entenderem o que quero dizer tenho que falar da minha mana.

Ela é muito lacônica, para desenvolver uma oração de mais de cinco palavras é um parto e nisso estou contando tudo, de preposição à sujeito, (ok, o suomi ajuda, já que a maioria da flexões vai direto ao corpo das palavras)

O que eu quero dizer é que ela não sorri, não demonstra afeto, não diz "eu te amo", ela é uma pessoa fechadíssima, ela não beija nem o marido na boca na frente de outra pessoa! Mesmo eu e mamãe. Até para abraçar seu filho ela olha para os lados para ter certeza que não tem muita gente [estranha] vendo.

E agora ela veio ao Brasil me ver, (achei estranhíssimo) ela só veio aqui umas duas ou três vezes no máximo e sempre de cara emburrada, (insatisfação ela mostra sem demora), mas dessa vez foi diferente, disse que ia trazer um montão de presentes, tudo coisa de nossa terra, não posso tomar nossas tradicionais cervejas (dão dor de barriga em qualquer cabloco!) e vodkas... por proibição médica, mas pretendo tomar todas e ficar de porre quando receber a tão esperada notícia da cura.

Outra coisa sobre minha mana que é que ela vive dizendo as coisas pela tangente, obliqua como só ela pode ser, não veio a mim dizer o que realmente queria, está esperando que eu "saque" e vá falar com ela já com uma resposta pronta. Conheço a peça, ela nunca pede, mas se você concordar ela aceita.

Eu já peguei o que ela quer, os presentes são para eu sentir saudades de casa, o cartão que ela teve o trabalho de viajar para vários cantos da Finlândia para colher assinaturas de pessoas com as quais convivi por lá, até mesmo a bandeira, tudo é uma tentativa velada de dizer, "se as coisas por aqui não estiver ok, você pode voltar para casa comigo".

Ela sabe que o casamento de nossa mãe não está bem, não sabemos qual razão mas mamãe resolveu se afastar de nosso pai e ele parece não se importar muito... como uma raposa esperta minha irmã veio para cá, pois farejou que este é o momento exato de dar o "bote".

Não sei à respeito de minha mãe, eu não quero ir embora, não por enquanto, não sei se as coisas estão boas por lá, como vou arrumar emprego (por que não quero sair daqui trabalhando na área que gosto e correr o risco de não conseguir o mesmo lá), e outras questões mais da vida adulta, além de que meus amores e amizades a grande maioria está por essas terras.

Sei que minha família só está querendo me proteger, mas não sei ainda se é hora de voltar para casa e começar tudo denovo...do zero Takaisin kotiin? En tiedä ...Mas sei que posso contar sempre com essa possibilidade, por que o amor está lá esperando por mim não importa o que acontecer, jamais!


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Medo

Vou tirar férias não programadas agora neste fim de ano e não sei quando retornarei.

Este ano foi íncrivel mas ao mesmo tempo muito estranho:

- Me tornei DBA plena, assumi uma equipe, aprendendo a ser "chefa";
- Minha mãe fez várias confissões sexuais pra mim, inclusive sobre relações extra-conjugais;
- Voltei a jogar xadrez;
- Rompi um namoro;
- Iniciei uma tentativa de dieta vegetariana;
- Terminei a iniciativa de dieta vegetariana;
- Voltei com a iniciativa de dieta vegetariana;
- Finalmente terminei de ler o Kalevala (vergonha extrema);

No último mês, eu tenho sofrido com constantes dores na região do abdomen, perdi peso consideravelmente (cerca de 5kg e indo à baixo...) e estou em leve anemia.

Os médicos culparam minha dieta;

Esses mesmos médicos demoraram para encontrar um "cisto" no meu intestino, me tranquilizaram dizendo que tava ok, mas por precaução fizeram uma biópsia e o pior se confirmou:

Um cancêr no colo do intestino, falaram que o tumor é benigno, pequeno, curável com a remossão cirurgica e com auxílio de quimio, mas na boa? Não confio muito neles, depois do "é só um cisto".

Estou com medo, não sei no que devo acreditar, já chorei um montão, estou de licença médica faz uns 10 dias mas estava acompanhando minha equipe, meu chefe hoje sabe da minha situação e me proibiu de trabalhar.

Não sei o que vai ser, se vou superar, estou assustada, minha avó morreu de cancêr no útero, ou seja, um histórico médico na família nada favorável.

Fim de ano agora, minha irmã Kyllikki vem para o Brasil (ela só veio umas duas ou três vezes...) trazendo o meu sobrinho Keke, eu não sei se vou querer recebê-los, estou magrela, feia, eu sou branca que nem uma vela, mas agora estou amarela que nem um post-it, será que o meu sobrinho não vai se afetar com a minha aparência? 

E se eu morrer?

A última lembrança do menino da sua tia, será dela doente?

Eu sou atéia, mas não sou cética, acredito muito nessas paradas de destino...(contradições...) e eu fico pensando:

C*ralho, será que minha irmã pressentiu que vou morrer!?

Morte? EU TE-NHO, ME-DO! #reginaduartefeelings;

Preciso de tempo para assimilar a situação, preciso chorar um bocado ainda e refletir, por isso desculpem a ausência dos posts no blog e dos comentários, twitter e afins, mas não estou com clima para internet.

Quem sabe eu não volte né?

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Bissexualidade e preconceitos - Parte II

Voltando de viagem do meu reduto budista, lá fiquei sem internet, cervejinhas, sexo e rock in roll. Mas pude muito pensar na morte da bezerra e também na segunda parte deste post polêmico sobre Bissexualidade e preconceitos.

Vamos lá! Tem coragem?

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[Deixa de ser Coração Gelado! Vêm que aqui tem calor humano!]

Quem não é do meio, acha que a militância LGBT é uma grande harmonia, que por você ter uma orientação sexual ou de gênero diferente vai te fazer compreender magicamente outras pessoas que estejam na mesma situação, mas não é bem assim, as vezes o tiro vem de fogo amigo, e daí que machuca mais, muito mais.

Nunca entendi o por quê do “B” de LGBT estar lá, geralmente Bissexuais são mal vistos por homos, trans e afins, as pessoas acham que nós estamos perdidas entre a hétero e a homoafetividade e que uma hora vamos parar de nos divertir ou decidir de uma vez por todas nosso “lado”, como já foi discutido no post anterior.

Mas o que tem de diferente no preconceito vindo da parte de pessoas homoafetivas Niemi? Fala logo de uma vez! Bom vamos lá:

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[Preguiça de retirar a marca d’agua do patrocionador"]

Preconceito – É só uma fase! (vêm pro nosso lado vêm)

Dizer que uma Bi está apenas passando por uma fase é uma forma de invalidar sua orientação, isso não legitima o que a pessoa é, pelo contrário, coloca em dúvida o que a pessoa sente fazendo com que suas ações sejam sempre questionadas ao invés de aceitas. 

Há um agravante que percebo por parte das lésbicas, muitas se propoem a “ajudar” a Bi que está “apenas passando por uma fase de transição” a se reconhecer lésbica de fato.

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[Oi!? Espera ai!]

Se você não gostava dos seus parentes/amigos/que seja te dizendo que você era isso ou aquilo, por que diabos você tomou a liberdade de “orientar” a “escolha” de uma pessoa? Como é possível saber mais de alguém do que ela mesma? E se ela for realmente Bi? Ou nem Bi ou homo, apenas uma hétero curiosa ou confusa?

Parece piada, mas vejo muitas lésbicas querendo promover uma lavagem cerebral nas Bi’s.

É o famoso “recrutamento”, não quero parecer eu preconceituosa, não são todas que fazem isso, mas é uma prática mais comum do que se imagina, lá vai a sapa ajudar a Bi porém quando esta decide que não é ela uma pessoa homoafetiva ou que gosta de ambos os sexos (sim, ela se reconhece como Bi de fato), a sapa fica com raivinha e começa a soltar vários impropérios e ainda espalha fofocas diversas, como a clássica “fui usada”.

Mas quem estava usando quem até certo tempo atrás?

Não gosto dessa “conversão”, Bi’s sofrem muito com isso por que as vezes estamos nos direcionando para nossa Bissexualidade e lá vêm alguém achar que não é bem assim, que pode nos fazer deparar com a “verdade” e isso sim pode induzir a equívocos, vamos deixar as pessoas se resolverem sexualmente sem pressão? Agradecida.

Se a pessoa decidiu que o que ela quer pra vida dela não é o que você esperava, vamos deixar de raivinha e torcer pela felicidade alheia? Brigadinha.

Ajudar de fato não é querer fazer pelo outro, se quer mesmo apenas ajudar (o nome do que fazem é convencer), dê conselhos, diga sobre suas experiências mas deixe a DECISÃO para quem está te procurando apenas como uma conselheira.

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[Noffa D-Eos, aquela sapa foi tão legal comigo! Me aconselhou e deixou eu e minha bissexualidade se resolverem numa boa, sem pressão! Ela sim é amiga]

Preconceito – “Zona de conforto”
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[Bissexual se locomovendo para Zona de Conforto à Zero horas Sr!]

Sério, toda essa linguagem bélica me dá preguiça eterna.(Olha eu sendo hipócrita já que declarei no primeiro post que esses textos seriam de tom de “guerra”).

Se eu ganhasse um Kinder Ovo cada vez que eu ouvisse isso eu já teria falido a Ferrero Rocher faz tempo!

A Zona de Conforto é divida em duas partes:

Se descobriu homo mas não quer assumir – Bi é fase né? De descoberta, de aceitação…nunca uma orientação de fato, então na verdade a pessoa sabe que é lésbica (God! Só pode ser isso!Prepotência?Que nada) mas ela está com medo de encarar a heterolândia uma vez que escolheu uma passagem só de ida para fora das terras binárias.

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[ A Heterolândia te cerca mas te protege né bebê? ]

Então numa atitude diplomática (e covarde – toda Bi é covarde) para não enfrentar pessoas próximas e distantes ela se declara Bi para meio que dizer “olha peoples eu estou numa fase de transição, logo logo me transformarei numa linda sapa não me julguem ok?”.

Realmente? Há pessoas que antes de se assumirem homo elas “ensaiam” uma saída do armário menos pé na porta/soco na cara e vão aos poucos se “revelando” ( o termo infeliz…) e declarar-se Bi pode ser uma forma de se proteger sim, isso é perfeitamente aceitável né gente? Há pessoas que não gostam de enfrentamentos, para elas essa medida irá ajudá-las então por que não fazeriam isso?

Mas dizer QUE TODO MUNDO FAZ ISSO dai é de lascar o pau de quina!

Generalizar é burrice, ao afirmar que toda pessoa que se declara Bi está ensaiando sair do armário e declarar-se homo é invalidar uma multidão que de fato é Bi, se assume muito bem como tal e não vê problemas no que os outros vão achar, é querer negar outra possibilidade que não te agrada ou incomoda (ou ambos…) e isso é bem parecido com aquele pessoal Hétero do mal que te diz que você não é homo, está apenas pertubada pelo capeta saca? O Princípio é o mesmo, te invalidam com uma desculpa esfarrapada e depois adcionam um pingo de julgamento disfarçado de ajuda ou compreensão.

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[ Você não é uma Bissexual, está apenas escondendo sua sapatice, mas isso vai passar! Por bem ou por mal….heheheh  *Te frita com os olhos de Raio Laser*]

Se descobriu homo mas não consegue encarar o mundo lá fora – Dizer para uma Bi que por estar relacionando-se com um homem ela está na verdade buscando “conforto” na sua relação hétero é dizer indiretamente que uma relação homofetiva é perigosa, agora me pergunto se fosse verdadeiramente assim quem teria coragem de bancar uma relação homoafetiva? As lésbicas sabem que no fundo amar outra mulher é tão bom e genuíno quanto amar um homem certo?

(Digo Bom no sentido de ser bom para o outro, no exercício de ter empatia, claro que uma lésbica não vai dizer que namorar um homem é tão bom quanto namorar uma mulher, ou se não ela seria – Pausa Dramática
 
G-zus! Uma mulher bissexual !!!).
 
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[de cara com essa conclusão!]

O que quero dizer aqui é que lésbicas sabem no fundo no fundo, que não faz sentido você afirmar a busca por conforto, é um princípio que para ser válido ela teria que assumir que há outras possibilidades que não são tão fáceis.

Ah mas Niemi, que mentira tem nisso? Ser lésbica não é fácil!

Eu sei, mas uma relação homoafetiva não é mais complicada do que uma hétero por princiípio mas sim por que as pessoas estão dispostas a tornar isso mais difícil por causa de seus preconceitos. E você com os seus não está ajudando em nada a mudar isso.
 
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Preconceito – Traiu o movimento velho!

Acho que o maior medo de uma lésbica é namorar com uma Bi e ser trocada por um homem, elas acham que você está traindo o movimento LGBT (na verdade você está traindo a parte homo da coisa, esquecem do “B”). Justificam que você como Bi não pode se envolver num relacionamento hétero, pois assim estará assumindo uma posição política de estar invalidando os relacionamentos homoafetivos, uma lésbica alega que quando você faz essa “troca” você como Bi está dizendo que ser hétero é melhor.

Ou está “dando um tapa na cara de todas as lésbicas”.

Particularmente? A traição sempre vêm acompanhada da mentira, o que acho condenável é você enganar a pessoa amada, mas isso acontece em todos os tipos de relacionamentos, isso não é exclusividade de uma Bi que namora uma lésbica e a “troca” por um homem.

Concordo que a mentira é F*oda, mas descordo totalmente da parte “milítica” da coisa, AMIGA, PRESTA ATENÇÃO, militar por sua causa é mais do que correto, mas isso fazemos em âmbito SOCIAL e COLETIVO, não acho nada saudável misturar as coisas e querer FAZER DO SEU RELACIONAMENTO UMA MILITÂNCIA À PARTE. Fica a dica.

Pessoas são pessoas, e as vezes elas só querem se comportar como seres humanos, a menina Bi te traiu com um cara? Ok, isso foi errado da parte dela, mas não transforme isso numa posição política, aposto que nem passou pela cabeça dela: “Vou mostrar pra minha namorada lésbica que homem é melhor” ou então mais absurdo ainda: “Vou mostrar pra minha namorada lésbica que ser hétero no fim das contas é a melhor ‘opção’ “.

Esse negócio de traiu o movimento, de caças às bruxas é picuinha de patrulha, esse pensamento repressor não combina em nada com quem deveria lutar pelo direito de escolher. Ou tu acha que para apontar o dedo na cara da pessoa é necessário ser partidário?
 
Em resumo, ser Bi é sempre ter que ouvir cobranças e explicações dos dois lados, as pessoas de orientações “unilaterais” não entendem que um Bi pode querer os dois e que essa decisão é consciente, legítima.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Bissexualidade e preconceitos - Parte I

Eu estou com o tempo meio apertado, pensei em já tirar "férias" do blog por uma semana e voltar com um texto somente após o feriado, mas TENHO que escrever sobre um tema que me incomoda muito, o preconceito contra bissexuais, eu escrevi um texto como Guest Post no blog da Lola mas aquele era mais estilo "paz e amor" esse aqui será mais em tom de "Guerra" mesmo, sorry.

Vou dividí-lo em duas partes, a primeira é sobre os preconceitos vindo de heterossexuais e a segunda parte é sobre os preconceitos vindo de homossexuais, no meu caso focarei nas lésbicas.


O que os heterossexuais pensam sobre as pessoas Bi e que está tudo errado:


Bissexuais são "indecisos"




[O amor é a estrada e eu nasci pra ser selvagem, vou pegar atalhos,
 mas por qual lado eu vou ?]

Leia-se indecisos com muitas aspas, o que na verdade um hétero está afirmando quando diz que um Bi é indeciso é que essa pessoa está apenas de brincadeira, ela só quer "curtir" (como se isso fosse errado), que Bissexualidade não é algo sério (me pergunto se heterossexualidade também é...), com isso vem uma idéia falsa de que Bi's são irresponsáveis, pois estão envolvendo pessoas que querem se relacionar de "verdade" nas suas "brincadeiras" (claro, na héterolândia não há molecagem, não tem espaço para curtição todo relacionamento é "sério" e de "verdade").

Bissexuais são "promìscuos"




[Promiscua, gulosa e gatinha, dá licença que isso é para poucas ok?]

Isso é um bônus strike do "indeciso" por que vamos seguir a "lógica":


[A lógica é meio cega as vezes]

Se uma pessoa não sabe o que quer da vida ela é irresponsável, se ela é irresponsável então vai agir de forma torpem, todo Bi pega qualquer coisa, até o vento, nós Bi's somos seres tão carentes de atenção (digo sexo) que ficamos com qualquer pessoa só para estarmos com alguém e também não temos critério, sentou na privada encostou o pé no chão já dá para pegar (ODEIO esse pensamento escroto, ouço muito de metidos a "comedor" e que aplicam a sua lei de Gerson aos demais).

Presta atenção: Não é por que sou bissexual que sou promiscua ok? Aliás não há de errado em ser promiscuo na minha opnião, o problema é mentir, ser vulgar (ninguém precisa saber que sei lá, você faz peniscóptero com o seu namorado - sua vida intima deve ser isso mesmo, intima). O problema não é nem as vezes ficar com muitas pessoas, o problema é tonar a sua vida um grande vazio e depois vir reclamar dela botando a culpa nas pessoas que você ficou por que quis.

Bissexuais femininas adoram um "A noite das vampiras lésbicas"



[Loira, Morena, Ruiva ou manca da perna, não importa o que eu quero é Beijar]

Amigão, você está assistindo muito Brasileirinhas, sério volte para a realidade, Kid Bengala te drogou com a pírula Azul, e você está indo fundo demais no buraco de Alice.
Nem toda mulher Bi vai querer fazer um menáge a troá (assim que se escreve?), sinto-lhe informar mas todo ser humano tem suas restrições no que diz ao campo sexual e o da sua
namorada/amante/ficante/esposa/"lanchinho" pode ser justamente esse, algumas pessoas diferem sexo do amor mas mesmo estas ainda precisam de afinidade ou restringem algumas situações, aprenda.

Falando por mim, adoro sexo grupal, você além de sentir muito tesão, prazer ainda dá boas risadas nas primeiras noites com um parceiro novo, pois a falta de entrosamento propicia uns momentos constrangedores engraçados, BUT, não é sempre que to afim dessas brincadeiras, acho de bom grado quando meu/minha parceiro/a respeita isso, afinal não é por que você fez uma vez que vai querer sempre.

Aliás homens tem essa regra besta né? Fez uma vez então gostou, vejo isso muito acontecer com relação à sexo anal que é o exemplo mais corriqueiro, mas não vou me prolongar quanto à isso, talvez em outro post...(sim é possível sentir prazer anal :D - Sandy feelings).

Bissexuais só tem relacionamentos "abertos"


Para começar se tem coisa aberta, tem coisa fechada (ui! delicia). Bissexuais podem querer estabelecer uma relação monogâmica porquê não? Afinal, a pessoa pode viver aquele ideal de amor romântico, o tal lance da tampa e da panela, um é a frigideira o outro é o ovo, sei lá, comparação com chinelos velhos também está valendo.

A questão é, parem de associar Bissexualismo com instabilidade, mesmo aqueles que preferem um relacionamento aberto, onde os DOIS possam ter mais de um parceiro sexual, ainda sim amam uma pessoa, se importam com ela, se dedicam para ela e pensam nelas olhando para seus avatares das redes sociais durante os expedientes, nem que seja só por uma horinha durante o almoço.

Joínha pessoas lindas?

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Agredir sua própria filha - 'Não era tão grave como parecia'


[ Bater na sua filha? Ok, não sendo na mão ela ainda pode tocar piano! \o/ ]


Um caso que vem repercutindo e causando muita indignação é o da jovem chamada Hillary Adams, ela é filha do juíz da vara de família William Adams [veja bem a ironia da coisa toda] , a menina gravou escondida as agressões que sofreu do pai no ano de 2004 por ela ter acessado alguns sites que os seus pais não "aprovavam".

O vídeo é muito chocante, William visivelmente irritado segura a menina pelo braço com força, grita com ela e por mais que Hillary implore para ele parar, o sujeito mesmo assim lhe dá diversos golpes com de cinta , Hillay cai perto da cama e o pai continua a agredi-la verbalmente e fisicamente.

Ainda há um outro agravante, acompanhado da mãe, William volta ao quarto de Hillary para castigá-la novamente, a mãe diz outra série de barbaridades e a filha lá, indefesa e encurralada.

Esse vídeo é o retrato perfeito, sem tirar nem por da vida de várias crianças e adolescentes inclusive aqui no Brasil, onde a população acha "chique" os padrões morais e comportamentais dos EUA e fazendo de tudo para reproduzí-los por essa bandas, a questão da palmada "pedagógica" precisa ser resolvida.

"Educar é um ator de amor" essa afirmação tão repetida de forma sempre vazia precisa ser discutida, o que é o amor? É dialogar? Tratar o próximo como seu semelhante, ou lidar com os demais como se fossem objeto onde se é permitido punições arbitrárias?

Pois estamos falando de um tipo de criação em que há uma clara hierarquia, os pais agem como se fossem "donos" dos seus filhos e usam de atitudes punitivas não para indicar o melhor caminho, mas para coagir seus filhos, essas formas de intimidação não formam caráter, apenas fazem com que estas crianças cresçam inseguras e com maior provabilidade de se tornarem adultos rancorosos.

( Todo reacinha apanhou de cinta e diz que não tem "medo" dos pais mas "respeito", acha bonito por exemplo a polícia "repreender" alguns "vagabundos" para proteger o "cidadão de bem", pois é evidente que aprenderam que somente a violência é capaz de "educar" ).

Precisamos discutir sempre e nos posicionarmos contra a qualquer tipo de violência doméstica, ( ou você acha que este "honrado" cidadão bateria na sua filha assim na rua? Isso são questões particulares - eles alegam ).

A violência a repressão estão sempre estrategicamente ligadas ao âmbito familiar e doméstico é por isso que movimentos igualitários como o feminismo se fazem necessários, precisamos combater a violência que se instala silenciosamente nas casas e são levadas à sociedade por meio do aprendizado do "à ferro e fogo".


Você pode ler a matéria aqu


Update: Em tempo, a Gabi do excelente blog Psicologia em Foco postou hoje um texto que complementa muito bem esse post com um estudo sobre crianças que apanham dos seus pais desenvolvem uma maior habilidade para mentir.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Sete bilhões de pessoas! Oba! Oba?

Hoje é dia dos mortos ou de finados, ou então dia de "Todos os Santos" se você for católica, mas por ironia do destino a poucos dias atingimos a incrível marca de 7 Bilhões de habitantes na Terra, essa marca foi comentada (e comemorada) no mundo todo, noticiários correram para saber em que país nasceu o bebê número 7 Bilhões e uma série de reportagens se seguiram com outros temas relacionados.

Algumas dessas matérias me chamou bastante atenção, elas falavam sobre a tal da sustentabilidade, como vamos matar a fome e a sede de tanta gente? A resposta veio fácil da boca de um "especialista" (nessas reportagens sempre tem um "especialista", do quê ninguém sabe, mas o cara é bom) que afirmou que os países subdesenvolvidos estão prontos para a demanda, que a agricultura nestes lugares nunca esteve tão desenvolvida (somente a agricultura se desenvolve, o país nunca deixa de ser agrícola...) e que "suplementos" não seriam problema algum.

No contra ponto da questão a matéria deu a palavra a um "professor" que tentou nos alertar sobre os riscos do crescimento desenfreado da população (sempre que uma matéria quer colocar a palavra de um "chato" que veio para ser do contra ele nunca é um "especialista" é sempre o mala de um "professor").

  [Bem, o professor apareceu como um flash de um filme de terror,
nem deu para sacar a fisionomia do sujeito...]

Então a reportagem pulou para outra importante questão, os aposentados, com o crescimento da "qualidade de vida" as pessoas estão vivendo mais e quem vai sustentar com impostos os ricos salários de aposentadoria dos velhinhos? Os jovens! Niemi sua burra, você me responde caro leitor.

É champs, mas na reportagem afirmaram que não estão nascendo jovens suficientes! Pois é! E adivinhem, no colo de quem caiu a responsabilidade de gerar mais crias? Das mulheres! Óbvio e ululante.

Na Europa já existem diversas campanhas convocando as mulheres ao "dom da maternidade", os governos que antes incentivavam o planejamento familiar (traduza por não fazer filho sem tem condição para criar) agora estão sugerindo com ênfase que mulheres tenham mais filhos, eles prometem ajuda financeira.


  [Subsídios, as bolsas tão criticadas aqui no Brasil, por que na Europa essa terra de gente branca bonita e bem sucedida governo não dá esmola].

Incrível como sempre é legado à mulher o papel do controle de natalidade, gente ainda está para nascer uma criança fruto de uma masturbação(pornoridade, adogo, não evito), mulher não faz filho sozinha, é necessário ter essa mesma conversa com os homens também! Ainda existem aos montes aqueles que acham que devem "espalhar sua sementinha" por aí a todo custo, como prova de sua masculinidade, para saciar o "instinto", para o bem da "prosperidade e família".

 
[Sustentabilidade, você está fazendo isso errado]
 

Prosperidade não quer dizer exagero, as pessoas confundem um ambiente prospero com um lugar zoneado, cheio de acúmulos desnecessários e o desperdício de tantas outras coisas importantes por puro capricho, essa idéia errônea que confunde quantidade com qualidade está insuflando o nosso planeta de pessoas, uma hora não haverá tanta "prosperidade" para tantas "famílias" assim.

E a culpa será de quem? Das mulheres que não (odeio essa expressão) "fecharam as pernas"?

Ou será da humanidade que não colocou um freio na sua ambição de prosperar?

domingo, 30 de outubro de 2011

Por que esse blog se chama "Bordados Feminista"

Olá você, me chamo Niemi, já passei dos vinte faz um cadinho mas desde a adolescência pude perceber a opressão sobre o gênero feminino e como minha vida como mulher não seria fácil.

A princípio era tudo muito espontâneo e não tinha embasamento algum, meus argumentos se limitavam ao "não gosto", "não concordo" e "não é justo". O tempo foi passando e fui crescendo com essa inquietude, comecei a ter contato com pessoas que pensavam de modo semelhante ao meu, encontrei nesses diálogos muita literatura nova e boa que dizia que o mundo deve ser justo e que ninguém deveria ser oprimida por qualquer motivo que seja.

Eu estava aos poucos entrelaçando novas idéias e ganhando embasamento para lutar contra a intolerância e ao determinismo de gênero, fui ligando os pontos na minha cabeça e pude perceber que também carregava comigo alguns preconceitos (ainda possuo alguns, que são teimosos e persistem em não ir embora), fui capaz de entender que sem querer eu ajudava a sustentar com atitudes e palavras uma cultura que me julgava e me prendia.

Fiquei muito mal, diria um pouco doente, abatida, quando pensei que a toalha estava jogada fazia tempo, me deparei que tinha colecionado uma porção pulsante de novas amizades, cada uma com sua personalidade particular, eram como panos de texturas alegres e vibrantes, eu tinha "costurado" uma nova colcha de retalhos que me cobriu de esperanças para com as pessoas, para com a humanidade.

Tão logo renovei meus ânimos e sai pelas ruas coberta com essa nova colcha que se transformou em uma bandeira linda como ela só pode ser, porque essa bandeira defende todas as cores, essa bandeira tinha o nome bordado em linha nobre e difícil de se romper, uma linha que une todas as mulheres que buscam a igualdade, ela se chama Feminismo, eu me sentia orgulhosa por ser mais uma das tantas porta-bandeiras de uma causa tão justa, causa que me envolveu tão gentilmente.

Sei que hoje em dia falar em bordados parece coisa de vovó, o que antes era visto como uma atividade tão "feminina", quase uma obrigação, com o tempo foi esquecido, hoje nós mulheres exercemos muitas atividades e o bordado pode ser visto por muitas apenas como algo cafona ou hobby exótico, mas nunca em todo esse tempo que se passou desde a época das nossas avós costuramos juntas tantas idéias.

É por isso que este blogue irá se chamar "Bordados Feminista", quero neste espaço expor as idéias que entrelacei em todos estes anos de aprendizado e com a ajuda de vocês queridas leitor@s costurarmos novas idéias e agregarmos novas amizades.

Obrigada! nos veremos sempre!

Kiitos ! Nähdään koskaan!